Instalação de carregadores elétricos em condomínios: o guia prático para síndicos modernos

published on 10 July 2025

Os veículos elétricos (VEs) estão transformando a mobilidade no Brasil, com um crescimento expressivo no número de unidades em circulação - de 41 mil em 2019 para 177 mil em 2024. Para condomínios, isso significa uma demanda crescente por infraestrutura de carregamento. Com 90% dos proprietários carregando seus veículos em casa, síndicos enfrentam o desafio de adequar suas instalações elétricas, seguir normas como a ABNT NBR 17019:2022 e atender às exigências legais, como o Projeto de Lei 158/25, que garante a instalação de carregadores em vagas privadas.

Além de atrair moradores, a instalação de carregadores valoriza os imóveis e posiciona o condomínio como alinhado às tendências de mobilidade elétrica. Porém, exige planejamento: avaliação técnica da rede elétrica, aprovação em assembleia, escolha de empresas qualificadas e definição de modelos de cobrança - como pré-pago ou pós-pago - para evitar conflitos. Parcerias com empresas e opções de locação também ajudam a reduzir custos iniciais.

Com tecnologias como carregadores inteligentes e integração com energia solar, condomínios podem economizar e ainda contribuir para um transporte mais limpo. A adoção dessa infraestrutura é um passo importante para atender à crescente frota de VEs no Brasil, projetada para ultrapassar 300 mil unidades em 2025 e 11 milhões até 2040.

Requisitos Legais para Instalação de Carregadores Elétricos em Condomínios

A instalação de carregadores para veículos elétricos em condomínios no Brasil precisa seguir normas e regulamentações específicas que asseguram segurança e adequação técnica. Com o aumento de 88,7% no número de veículos elétricos licenciados em 2023 em relação a 2022 [3], essas exigências se tornaram ainda mais relevantes para síndicos e administradores.

Leis e Normas Técnicas

A ABNT NBR 17019:2022 é a norma técnica que define os requisitos para instalações elétricas fixas destinadas ao carregamento de veículos elétricos. Baseada na IEC 60364-7-722:2018 [2], essa norma substitui partes da NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e determina que estações de carregamento públicas devem ter fácil acesso e sinalização adequada [2].

Ela também permite que veículos elétricos sejam usados como fonte de backup, mas enfatiza a necessidade de consultar o fornecedor do veículo e seguir as regulamentações de órgãos públicos e concessionárias [2]. Para maior segurança, recomenda-se instalar um disjuntor diferencial residual (DR) no quadro de distribuição. No entanto, a norma não cobre riscos associados à produção de gases inflamáveis durante o carregamento [2].

O Projeto de Lei 158/25 garante o direito de instalação de carregadores em vagas privadas, desde que atendam aos padrões técnicos e de segurança [9][11]. Essa medida facilita a expansão da infraestrutura de carregamento em condomínios.

Órgãos Governamentais e Associações do Setor

Diversos órgãos e associações desempenham papéis importantes no cumprimento das normas e na segurança das instalações. A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) regula a integração dos carregadores à rede elétrica, prevenindo impactos tarifários e interferências [4]. Já a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) colabora com órgãos públicos fornecendo orientações técnicas [5].

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo está desenvolvendo regulamentações específicas para a segurança de carregadores em edifícios, com previsão de lançamento em breve [3][5]. Além disso, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) define os padrões técnicos e de segurança, como a NBR 17019 [3][6][7].

Para garantir a legalidade e segurança, os condomínios têm responsabilidades claras. Os síndicos desempenham um papel central na supervisão da instalação de carregadores [9]. Com mais de 300.000 veículos elétricos no Brasil previstos para 2025 [9] e estimativas de 11 milhões até 2040, segundo a McKinsey & Company [9], essa responsabilidade cresce a cada ano.

Antes de qualquer instalação, é essencial que os administradores realizem uma avaliação técnica da rede elétrica por um engenheiro qualificado [9]. As instalações devem seguir as normas da ABNT e ser formalizadas em atas, contratos e relatórios técnicos [9]. Tadeu Azevedo, CEO da Power2Go, destaca:

"Inovação precisa vir acompanhada de responsabilidade" [8].

Os moradores devem notificar o síndico sobre a intenção de instalar um carregador [10] e obter as aprovações necessárias. Outra recomendação de Tadeu Azevedo é:

"Evite carregar equipamentos de micromobilidade dentro de apartamentos; prefira pontos de recarga segregados na garagem, com tomada inteligente e consumo individualizado" [8].

O condomínio também precisa gerenciar o consumo de energia para evitar sobrecargas e garantir a divisão justa dos custos [10]. Manter transparência e comunicação é essencial para evitar conflitos durante o processo de instalação [8].

Por fim, a Lei Municipal 8.265/2024 no Rio de Janeiro obriga a instalação de carregadores em estacionamentos privados com mais de 20 vagas. Apesar de enfrentar questionamentos constitucionais [8][1], esse exemplo reforça a necessidade de acompanhar a legislação local de perto.

Como Instalar Carregadores Elétricos no Seu Condomínio

A instalação de carregadores para veículos elétricos em condomínios exige planejamento cuidadoso e passos bem definidos para garantir segurança e eficiência. Com os veículos elétricos armazenando entre 18 e 100 kWh de energia [13], síndicos e administradoras devem seguir um processo estruturado para atender às demandas.

Avaliação do Sistema Elétrico do Edifício

Antes de qualquer instalação, é essencial avaliar a capacidade elétrica do edifício. Isso inclui revisar a carga elétrica atual, analisar os horários de maior consumo e calcular a capacidade disponível, levando em conta futuras expansões, como a instalação de mais carregadores [14].

A consulta a um eletricista licenciado é indispensável para verificar se a infraestrutura elétrica suporta a demanda adicional. Edifícios mais antigos, por exemplo, podem precisar de atualizações [12]. Também é importante identificar possíveis desequilíbrios de fases, já que um desequilíbrio de apenas 2% pode elevar a temperatura do sistema e acelerar a degradação do isolamento [13].

Shai Sinai, Vice-Presidente de Vendas da metroEV, reforça a importância dessa etapa:

"Pular a avaliação de carga do carregador de VE pode levar a painéis sobrecarregados, disjuntores disparados ou condições operacionais inseguras - especialmente em edifícios mais antigos ou propriedades já operando próximas aos seus limites elétricos." [14]

Após garantir que a infraestrutura está adequada, o próximo passo é obter as aprovações e licenças necessárias.

Aprovação e Licenças Necessárias

Para prosseguir com a instalação, é fundamental respeitar as regras do condomínio, os códigos elétricos locais e os requisitos de licenciamento [12]. O primeiro passo é comunicar à administração do condomínio sobre o projeto, detalhando as etapas, prazos e autorizações necessárias. Trabalhar em conjunto para estabelecer normas claras - como regras de uso, cobrança de energia e manutenção - ajuda a conquistar o apoio dos moradores.

Em algumas cidades, regulamentações locais podem simplificar a instalação de carregadores individuais, desde que os requisitos legais sejam atendidos [12]. Também é importante manter os moradores informados sobre o cronograma e possíveis interrupções, evitando surpresas e atrasos.

Com as licenças em mãos, é hora de escolher uma empresa qualificada para realizar a instalação.

Escolha de Empresas Instaladoras

Optar por uma empresa experiente é essencial para garantir uma instalação segura e dentro das normas. Dê preferência a empresas que empreguem eletricistas certificados e que tenham experiência comprovada em projetos de carregadores de veículos elétricos, além de conhecimento atualizado sobre regulamentações locais [15] [16].

A empresa deve realizar uma avaliação detalhada da infraestrutura elétrica do edifício e realizar testes de segurança após a instalação para assegurar que tudo está em conformidade. Como a infraestrutura compartilhada de condomínios apresenta desafios específicos, escolher profissionais com expertise nesse tipo de projeto pode evitar problemas futuros e garantir um resultado eficiente.

Modelos de Pagamento e Rateio de Custos para Carregamento de VE

Escolher um modelo de pagamento eficiente é um passo importante na implementação de carregadores para veículos elétricos (VE). Com a frota de VEs no Brasil triplicando entre 2020 e 2023 [17], síndicos precisam adotar sistemas de cobrança que sejam justos e transparentes para evitar conflitos entre os moradores.

Cobrança por Uso Individual

A cobrança individualizada é uma solução que reduz potenciais atritos, já que cada morador paga apenas pela energia que consome ao carregar seu veículo. Dados mostram que cerca de 80% do carregamento de veículos elétricos globalmente acontece nas residências de seus proprietários [18], reforçando a necessidade de um sistema de medição preciso.

Para implementar esse modelo, o condomínio pode optar por soluções como medidores individuais, plataformas de gestão digital ou até cartões pré-pagos [19]. Carregadores inteligentes com funcionalidades de monitoramento são uma ferramenta útil para rastrear o consumo de energia de cada morador [17].

Existem dois formatos principais para a cobrança individual:

  • Carregamento Pré-pago: O condomínio vende códigos ou créditos de carregamento aos moradores, que utilizam a energia até o limite do valor adquirido [21]. Esse método facilita a administração financeira e reduz o risco de inadimplência.
  • Cobrança Pós-paga: O consumo mensal é monitorado, e os moradores recebem a cobrança ao final do mês, geralmente por meio de um software especializado [21]. Essa opção oferece maior flexibilidade, mas exige um controle administrativo mais detalhado.

Vale lembrar que condomínios não podem obter lucro com o carregamento de VEs. Eles devem cobrar apenas o valor da energia fornecida pela concessionária, somado às taxas definidas pela empresa responsável pelo ponto de carregamento [17].

Esses modelos ainda podem ser complementados por alternativas como patrocínios ou locação de equipamentos, que ajudam a reduzir os custos iniciais.

Opções de Patrocínio Empresarial e Locação de Equipamentos

Parcerias com empresas de energia ou montadoras podem aliviar os custos iniciais, tornando a instalação dos carregadores mais acessível para o condomínio.

Outra alternativa prática é a locação de equipamentos. Nesse modelo, uma empresa especializada instala e realiza a manutenção dos carregadores, cobrando uma taxa mensal. Esse custo pode ser repassado aos usuários. Para se ter uma ideia, carregadores de 7,4 kW custam entre R$ 5.000 e R$ 7.000, enquanto modelos mais potentes podem alcançar valores de até R$ 12.000. Já a instalação custa, em média, R$ 3.000, incluindo garantia de dois anos [17]. A locação, portanto, pode ser uma saída viável para condomínios que preferem evitar despesas iniciais elevadas.

Comparação dos Diferentes Modelos de Pagamento

A escolha do modelo ideal depende das características do condomínio. Por exemplo, instalações individuais são custeadas por um único morador e têm uso exclusivo, enquanto instalações coletivas são financiadas pelo condomínio e compartilhadas [18].

Em condomínios com poucos moradores interessados no início, o modelo individual pode ser mais prático. Já em locais com maior demanda, a instalação coletiva pode ser mais vantajosa, com os custos sendo divididos entre os usuários.

Os métodos de cobrança podem variar, desde a inclusão dos custos na taxa condominial até a cobrança por ciclo de carregamento ou a formalização de parcerias com empresas terceirizadas [19]. A decisão deve considerar as preferências dos moradores, seja por pagamento antecipado ou posterior ao uso [21].

Para evitar conflitos, é essencial que o condomínio defina políticas claras sobre a instalação e o uso dos carregadores. Isso inclui decidir se os custos serão incluídos na taxa condominial ou repassados apenas aos usuários dos equipamentos [19].

Além disso, regulamentações internas devem estabelecer regras para a cobrança, aprovar instalações em assembleias, garantir o uso de carregadores com medição individual e divulgar normas claras para o uso compartilhado [19]. Dessa forma, cada condomínio pode escolher o modelo que melhor atende às suas necessidades, garantindo uma gestão eficiente e transparente.

Adotar um modelo de cobrança alinhado à realidade do condomínio é tão importante quanto assegurar uma instalação segura, criando uma infraestrutura funcional e moderna para todos.

Benefícios da Instalação de Carregadores Elétricos em Condomínios

Instalar carregadores para veículos elétricos em condomínios não é apenas uma comodidade; é um investimento que traz vantagens financeiras, ambientais e sociais para toda a comunidade. Essas vantagens reforçam a relevância prática das etapas de instalação discutidas anteriormente.

Valorização Imobiliária e Satisfação dos Moradores

Ter infraestrutura para carregamento de veículos elétricos é um diferencial no mercado imobiliário brasileiro. Imóveis com essa tecnologia atraem mais compradores e locatários, especialmente com o crescimento acelerado da frota de veículos elétricos no país.

"Ao implementar instalações de recarga, você pode atrair uma nova geração de inquilinos potenciais, e assim aumentar o valor da sua propriedade" [22].

Essa valorização não é apenas uma moda passageira. Um estudo da McKinsey & Company de 2023 prevê que a frota de veículos elétricos no Brasil chegará a 11 milhões de unidades até 2040 [20]. Isso reforça que a demanda por infraestrutura de carregamento continuará em alta.

No primeiro semestre de 2024, as vendas de veículos elétricos no Brasil aumentaram 146% em relação ao mesmo período do ano anterior [24]. Portanto, condomínios que oferecem essa infraestrutura se destacam em um mercado cada vez mais competitivo.

Incentivos Fiscais e Oportunidades de Receita

O governo brasileiro tem criado medidas para incentivar investimentos em mobilidade elétrica. Um exemplo é o Projeto de Lei 497/25, que propõe deduções no imposto de renda para quem investir em carregadores de veículos elétricos, com um limite de até 10% da renda tributável para pessoas físicas [25][26].

"A maioria dos condomínios quer que o sistema de carregamento seja autofinanciado. Isso significa que os usuários do sistema de carregamento pagam todos os custos associados à instalação, configuração, operação e gerenciamento de seu carregador, distribuídos ao longo da vida útil do sistema de carregamento" [27].

Além disso, a receita gerada pelo uso dos carregadores pode cobrir os custos de instalação, operação e manutenção [27]. Com o auxílio de softwares especializados, é possível monitorar receitas e despesas, garantindo uma gestão financeira eficiente que se adapta aos modelos de pagamento e rateio já discutidos.

Apoio ao Transporte Limpo

Outro benefício importante é a contribuição para um transporte mais sustentável. Pontos de recarga não só aumentam o valor dos imóveis, mas também promovem práticas mais ecológicas [23].

O impacto ambiental positivo vai além da redução de emissões. Quando os carregadores são integrados a sistemas de energia renovável, como painéis solares, criam um ciclo energético mais sustentável.

Algumas cidades já estão à frente nesse aspecto. Em São Paulo, a Lei nº 17.336, de 30 de março de 2020, determina que novos projetos de construção submetidos a partir de 2021 devem incluir pontos de carregamento para veículos elétricos em suas garagens [20].

Condomínios que se antecipam a essas exigências ganham competitividade e evitam custos de adequação no futuro, posicionando-se melhor no mercado imobiliário em constante evolução.

Novas Tecnologias e Tendências em Carregamento de Veículos Elétricos

Depois de estabelecer a infraestrutura e os modelos de cobrança, a adoção de tecnologias emergentes pode melhorar a eficiência e o uso dos sistemas de carregamento em condomínios. Soluções modernas ajudam a equilibrar a rede elétrica, personalizam a experiência do usuário e integram fontes de energia renováveis, como a solar. Além disso, a compatibilidade universal garante que a infraestrutura seja acessível para todos os modelos de veículos elétricos. Vamos explorar como essas inovações estão moldando o futuro do carregamento.

Carregadores Inteligentes e Controle por Aplicativo

Os carregadores inteligentes utilizam inteligência artificial para gerenciar o consumo de energia e oferecer uma experiência mais prática por meio de aplicativos. Com essa tecnologia, os usuários podem programar o carregamento em horários de tarifa reduzida, reduzindo custos significativamente, especialmente em condomínios com múltiplos moradores [30].

No Brasil, as soluções modulares têm se destacado, permitindo que os condomínios aumentem gradualmente a quantidade de pontos de carregamento à medida que a demanda cresce [28]. Isso se torna ainda mais relevante diante de tendências como a preferência por espaços mais sustentáveis, apontada por 85% dos locatários americanos como prioridade em 2025 [28].

Um exemplo de avanço tecnológico é a plataforma Super-e da BYD, lançada em março de 2025, que promete uma autonomia de 400 km com apenas 5 minutos de carregamento. Além disso, a empresa planeja instalar 4.000 carregadores de megawatt na China, equipados com sistemas de armazenamento de energia [29].

Combinação de Carregadores com Energia Solar

A integração de carregadores de veículos elétricos com sistemas de energia solar tem se tornado uma solução estratégica para condomínios que desejam economizar e adotar práticas mais sustentáveis. Essa combinação pode reduzir os custos de energia em até 66% [32].

Com um sistema de gerenciamento de energia inteligente, o carregamento pode ser sincronizado com os horários de maior produção solar, como no período da tarde. Isso permite que os veículos sejam carregados com energia mais barata, resultando em economias que podem ultrapassar R$ 1.000 por ano para os moradores [33].

Condomínios podem adotar essa solução instalando painéis solares nos telhados ou firmando parcerias com fornecedores de energia renovável [31]. Além disso, sistemas inteligentes podem priorizar o carregamento de diferentes veículos, otimizar o uso da energia gerada e integrar a gestão com sistemas de faturamento [32].

Compatibilidade com Todos os Modelos de Veículos Elétricos

Para que a infraestrutura de carregamento seja eficiente, é essencial que ela seja compatível com todos os modelos de veículos elétricos. Com a frota de veículos elétricos no Brasil ultrapassando 250.000 unidades [36], a necessidade de interoperabilidade se torna evidente.

O Protocolo Aberto de Ponto de Carregamento (OCPP) desempenha um papel crucial nesse cenário, permitindo que diferentes modelos de carregadores se conectem a plataformas externas para monitoramento, controle remoto e atualizações [35]. Isso garante que condomínios tenham flexibilidade para expandir ou atualizar seus sistemas sem ficarem presos a um único fornecedor.

Além disso, enquanto carregadores residenciais simples atendem a edifícios com menor demanda, os carregadores inteligentes oferecem funcionalidades como controle do consumo de energia e identificação de usuários, sendo ideais para ambientes compartilhados [34].

Thiago Castilha, cofundador e diretor de marketing da E-Wolf, reforça a importância dessa infraestrutura:

"A instalação como essa vai agregar valor ao condomínio, e vai ser bom para todos, até para quem não é usuário do equipamento" [37].

Com apenas cerca de 1.500 pontos de carregamento públicos e semipúblicos no Brasil até setembro de 2022 [37], investir em carregadores avançados e compatíveis com diferentes veículos representa uma oportunidade para condomínios se destacarem no mercado e atenderem às demandas crescentes de mobilidade elétrica.

Pontos-Chave para Síndicos de Condomínios

Após explorar os aspectos técnicos e financeiros, é hora de detalhar os pontos essenciais para que síndicos possam implementar carregadores elétricos de forma prática e segura. Com mais de 250.000 veículos elétricos circulando pelo Brasil [39], a preparação para um futuro dominado por essa tecnologia já é uma necessidade.

Planejamento e Avaliação Técnica

Antes de qualquer instalação, é fundamental avaliar a capacidade elétrica do edifício. Isso ajuda a identificar possíveis necessidades de melhorias na infraestrutura. Contratar um profissional qualificado para essa análise é indispensável para garantir segurança e eficiência [20].

Os custos de instalação podem variar bastante - de R$ 200 a R$ 12.000 - dependendo das condições elétricas existentes e do tipo de carregador escolhido [20]. Por isso, é importante planejar bem e considerar todas as variáveis.

Gestão Financeira e Rateio de Custos

Outro ponto crítico é definir como os custos de eletricidade serão divididos entre os moradores. Essa decisão deve ser acompanhada de uma análise financeira detalhada para verificar a viabilidade do projeto [20].

Manutenção e Expansão

Manter os carregadores em boas condições é tão importante quanto instalá-los. Isso inclui inspeções regulares, limpeza e monitoramento do desempenho dos equipamentos. Além disso, é essencial planejar a expansão futura, considerando o aumento na demanda. Em condomínios com poucos veículos elétricos, carregadores compartilhados podem ser mais eficazes. Já em locais com maior adesão, carregadores individuais podem ser a melhor escolha [39].

Transparência e Documentação

A documentação adequada é essencial para evitar problemas legais. Conforme explicam os advogados André Luiz Junqueira e Caroline Meireles Roque:

"A regulamentação da instalação de pontos de recarga e a definição de critérios para sua utilização e custeio podem ser deliberados por maioria simples dos presentes na assembleia, desde que o item conste na pauta" [1].

Além disso, seguir as normas da ABNT e instalar dispositivos de proteção, como disjuntores, são medidas indispensáveis. Também é importante informar a seguradora sobre a instalação para evitar complicações futuras [40].

Segurança em Primeiro Lugar

A segurança é um pilar fundamental na implementação de carregadores elétricos. Em uma iniciativa relevante, o SindusCon-SP e o Corpo de Bombeiros inauguraram, em junho de 2025, um laboratório em Franco da Rocha. Com um investimento de R$ 500.000, o espaço foi projetado para testes práticos e conta com sistemas elétricos e hidráulicos, reforçando a importância da segurança nessas instalações [38].

Ricardo Bastos, presidente da ABVE, resume bem essa prioridade:

"Segurança e sustentabilidade precisam caminhar juntas no avanço da eletromobilidade" [41].

Essa visão deve guiar todas as decisões relacionadas à instalação de carregadores elétricos em condomínios, garantindo um futuro mais seguro e preparado para as mudanças tecnológicas.

FAQs

Quais são os primeiros passos para instalar carregadores de veículos elétricos em um condomínio?

Para instalar carregadores de veículos elétricos em um condomínio, o síndico precisa tomar algumas medidas iniciais essenciais:

  • Realizar uma assembleia geral: É necessário reunir os condôminos para apresentar a ideia, discutir a proposta e obter a aprovação, seguindo as normas do regimento interno.
  • Verificar a infraestrutura elétrica: Um profissional qualificado deve avaliar se o sistema elétrico atual é capaz de suportar a instalação dos carregadores.
  • Desenvolver um estudo técnico: Esse estudo ajuda a identificar a viabilidade do projeto, os custos envolvidos e as possíveis adaptações que serão necessárias.

Essas ações garantem que a instalação seja feita de forma segura, dentro da lei e respeitando as normas do condomínio.

De que forma a instalação de carregadores elétricos pode aumentar o valor dos imóveis e melhorar a qualidade de vida dos moradores?

A instalação de carregadores para veículos elétricos em condomínios pode aumentar o valor dos imóveis, tornando-os mais atrativos para quem busca conveniência e práticas sustentáveis. Com a crescente demanda por soluções ligadas à mobilidade elétrica no Brasil, oferecer essa infraestrutura coloca o condomínio em sintonia com as mudanças do mercado imobiliário.

Além disso, esses carregadores atendem diretamente às necessidades dos moradores que já possuem ou planejam adquirir veículos elétricos. Isso não só melhora a experiência desses residentes, mas também cria um ambiente mais harmonioso e preparado para o futuro. No final, a presença de uma estrutura moderna como essa reforça a imagem do condomínio como um espaço que valoriza qualidade de vida e inovação.

Quais são os desafios mais comuns para condomínios ao instalar carregadores para veículos elétricos?

Os condomínios enfrentam uma série de desafios ao instalar carregadores para veículos elétricos, tanto no campo técnico quanto no legal. No lado técnico, é fundamental verificar a capacidade da infraestrutura elétrica já existente. Isso evita sobrecargas e garante que o sistema funcione de forma segura. Em alguns casos, pode ser necessário realizar melhorias ou atualizações na rede elétrica interna.

Já no aspecto legal, é indispensável seguir as normas da ABNT, como a NBR 17019, e atender às resoluções da ANEEL. Além disso, qualquer alteração estrutural precisa ser aprovada em assembleia, onde também se define como os custos serão divididos entre os moradores. Esses cuidados asseguram que tudo esteja de acordo com a legislação e protegem a segurança de quem vive no condomínio.

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